IGP-M em 2025: reajuste de contratos para construtoras
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) tem sido um termômetro fundamental para o setor da construção civil, influenciando diretamente o reajuste de contratos e impactando a gestão financeira de obras e projetos. Em 2024, o IGP-M acumulou uma alta de 6,54%, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), refletindo a inflação dos custos de insumos, materiais de construção e serviços. Esse cenário traz desafios e, ao mesmo tempo, oportunidades estratégicas para construtoras e empresas de engenharia.
Para o setor, essa variação não é apenas um número — ela representa um impacto direto na formação de preços, planejamento orçamentário e rentabilidade dos projetos. A atualização correta dos contratos com base nesse índice é essencial para manter o equilíbrio financeiro das obras, evitar prejuízos e garantir que os reajustes acompanhem o aumento real dos custos. No entanto, com a volatilidade econômica, surge a necessidade de entender mais profundamente como aplicar esse reajuste de forma estratégica, quais são os riscos envolvidos e quais alternativas podem ser mais vantajosas.
Ao longo deste conteúdo, vamos abordar:
✔ Impactos reais do IGP-M nos contratos de construção civil e como essa alta afeta diretamente os custos operacionais.
✔ Estratégias eficazes para aplicar reajustes contratuais de forma segura e vantajosa.
✔ Tendências de migração para outros índices, como o IPCA, e o uso de tecnologias como smart contracts para automatizar reajustes.
✔ Oportunidades de mercado que surgem para empresas que adotam uma gestão financeira estratégica diante da inflação.
Com esses insights, você terá uma visão clara e prática de como transformar o cenário econômico atual em uma vantagem competitiva para sua empresa.
Aplicação do reajuste nos contratos
A aplicação do reajuste pelo IGP-M deve estar prevista nas cláusulas contratuais estabelecidas entre as partes. É fundamental que os contratos contenham disposições claras sobre os índices de correção monetária a serem utilizados, bem como a periodicidade dos reajustes.
Em geral, os reajustes são anuais, considerando o acumulado do IGP-M nos 12 meses anteriores à data base definida no contrato. Por exemplo, um contrato com data base em janeiro de 2025 deverá considerar o IGP-M acumulado de janeiro a dezembro de 2024.
O IGP-M reflete o comportamento de preços de insumos da construção, commodities e outros setores que influenciam diretamente o custo de obras. O aumento desse índice tem um efeito cascata:
- Materiais de Construção: Itens como cimento, aço e concreto sofreram reajustes alinhados à alta do IGP-M, pressionando o orçamento das obras.
- Serviços Terceirizados: Contratos com fornecedores e prestadores de serviços também são reajustados pelo índice, elevando o custo operacional.
- Orçamentos Defasados: Obras com contratos não reajustados ficam defasadas financeiramente, exigindo renegociação ou absorção dos custos.
📊 Dado Relevante: Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o custo médio de materiais subiu cerca de 8% no último trimestre, superando o reajuste aplicado por muitas empresas.
Tendências e perspectivas para o setor de construção em 2025
Especialistas apontam uma tendência de migração gradual do IGP-M para o IPCA em contratos de construção, por ser mais estável e alinhado ao consumo. Além disso, o uso de contratos inteligentes (smart contracts), que automatizam reajustes com base em índices predefinidos, vem ganhando espaço no setor.
📈 Projeção: Segundo a Fundação Getulio Vargas, a expectativa é de que o IGP-M continue pressionado em 2025, exigindo atenção redobrada na gestão de contratos.
No entanto, especialistas do setor de construção civil estão observando uma tendência crescente de substituição do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como referência para reajustes contratuais.
Essa mudança é motivada pela maior estabilidade e representatividade do IPCA em relação ao consumo das famílias, tornando-o um indicador mais alinhado às variações econômicas que afetam diretamente os custos das obras.
A adoção do IPCA pode proporcionar maior previsibilidade financeira para as empresas, facilitando o planejamento de longo prazo e a gestão de riscos associados às oscilações inflacionárias.
Entretanto, essa transição requer a revisão das cláusulas contratuais vigentes e a negociação com clientes e fornecedores para assegurar a conformidade legal e o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Implementação de Contratos Inteligentes (Smart Contracts) na Construção Civil
Outra tendência significativa é a incorporação de contratos inteligentes, ou smart contracts, baseados em tecnologia blockchain, nos processos contratuais da construção civil. Esses contratos digitais autoexecutáveis garantem que as cláusulas acordadas sejam cumpridas automaticamente, sem a necessidade de intermediários, aumentando a eficiência e a transparência nas transações.
A aplicação de smart contracts pode automatizar o gerenciamento de contratos e pagamentos na construção civil. Por exemplo, um contrato inteligente pode ser configurado para liberar pagamentos automaticamente quando determinadas etapas do projeto forem concluídas e verificadas.
A implementação de smart contracts pode trazer diversos benefícios, como:
- Redução de Burocracia: Eliminando a necessidade de intermediários e simplificando processos administrativos.
- Transparência e Segurança: Garantindo registros imutáveis e auditáveis de todas as transações e alterações contratuais.
- Eficiência Operacional: Automatizando tarefas repetitivas e permitindo que as equipes se concentrem em atividades estratégicas.
Contudo, a adoção dessa tecnologia também apresenta desafios, como a necessidade de investimentos em infraestrutura digital, capacitação de profissionais e a adaptação às regulamentações legais vigentes.
Desafios e associados à alta do IGP-M
Embora o reajuste pelo IGP-M seja uma prática consolidada em contratos da construção civil, o cenário de alta acumulada em 2024 impõe desafios estratégicos e operacionais às empresas do setor. Gerenciar esses riscos exige atenção redobrada e uma abordagem proativa para evitar prejuízos financeiros e desgastes comerciais. A seguir, estão os principais desafios que construtoras e empresas de engenharia enfrentam diante desse cenário:
Resistência de Clientes ao Reajuste: A aplicação de reajustes contratuais com base no IGP-M pode encontrar forte resistência por parte dos clientes, principalmente em projetos de longo prazo ou de alto valor. Em momentos de alta inflação, clientes podem contestar a aplicação do índice, alegando falta de previsibilidade ou buscando renegociações para mitigar o impacto financeiro.
🔎 Por que isso é um problema?
- A resistência pode atrasar pagamentos, impactando o fluxo de caixa.
- Há risco de ruptura de contratos ou deterioração das relações comerciais.
- Em contratos sem cláusula clara de reajuste, o cliente pode se recusar a pagar o valor ajustado.
💡 Como Mitigar:
- Estabeleça cláusulas de reajuste detalhadas e transparentes nos contratos.
- Adote uma comunicação clara, amigável e baseada em dados para informar o reajuste.
- Considere o uso de índices híbridos (IGP-M + IPCA) para negociar soluções mais equilibradas.
Impactos no Fluxo de Caixa: Um reajuste mal planejado ou mal implementado pode comprometer gravemente o fluxo de caixa da empresa. A demora na aplicação do reajuste, a resistência de clientes e a falta de previsibilidade nos custos podem impactar o planejamento financeiro e a capacidade de investimento.
🔎 Riscos Imediatos:
- Atraso no recebimento de valores reajustados compromete o pagamento de fornecedores e funcionários.
- Dificuldades para cumprir prazos de entrega e obrigações contratuais.
- Endividamento elevado devido à necessidade de capital de giro emergencial.
💡 Como Mitigar:
- Implemente um planejamento financeiro robusto, antecipando cenários de atraso nos reajustes.
- Faça uso de instrumentos financeiros como hedge de insumos críticos.
- Mantenha reserva de capital para lidar com oscilações de receita.
Riscos jurídicos e conformidade contratual
Aplicar reajustes sem respaldo contratual ou de forma inadequada pode gerar conflitos legais e expor a empresa a litígios. A falta de cláusulas claras de reajuste ou a aplicação de índices não previstos no contrato podem ser questionadas judicialmente pelos clientes.
🔎 Principais Riscos:
- Adoção de reajustes não previstos pode resultar em ações judiciais.
- Indenizações por danos decorrentes de descumprimento contratual.
- Perda de credibilidade e deterioração das relações comerciais.
💡 Como Mitigar:
- Revisar contratos regularmente, garantindo a atualização das cláusulas de reajuste.
- Formalizar reajustes por meio de aditivos contratuais assinados por ambas as partes.
- Consultar assessoria jurídica especializada para orientar negociações e ajustes.
🔎 Sua empresa já revisou os contratos para refletir o cenário econômico atual?
Como a CBRdoc pode apoiar sua empresa?
A CBRdoc oferece suporte completo na gestão documental, garantindo que todas as etapas da aplicação do reajuste sejam formalizadas com segurança.
📞 Entre em contato e fortaleça a gestão dos seus documentos