Reforma Tributária no agronegócio brasileiro em 2025
A simplificação tributária, com a criação do IVA dual (Contribuição sobre Bens e Serviços – CBS e Imposto sobre Bens e Serviços – IBS), promete modernizar a gestão fiscal no país. Contudo, ela também traz desafios específicos para o agronegócio, especialmente no que diz respeito aos insumos agrícolas e à competitividade internacional. No entanto, a reforma tributária brasileira chega em um momento desafiador para o agronegócio. Depois de anos de crescimento constante, o setor viu sua participação no PIB nacional recuar de 24% em 2023 para 21,8% em 2024, segundo dados do Cepea-Esalq/USP.
Com a reforma se aproximando, o setor precisará adaptar-se rapidamente para manter sua competitividade global enquanto responde às crescentes demandas por eficiência e sustentabilidade
A simplificação tributária e o impacto no agro
A criação do IVA dual visa desburocratizar o sistema tributário brasileiro. Para o agronegócio, isso pode significar maior transparência e eficiência nos processos fiscais. Contudo, o setor precisa estar atento às mudanças na tributação de insumos essenciais, como fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas, que hoje contam com isenções ou desonerações parciais.
Caso essas isenções sejam revistas, os custos de produção podem subir, pressionando especialmente pequenos e médios produtores. Essa preocupação é ampliada quando se considera que o Brasil é um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo, e qualquer aumento nos custos internos pode prejudicar sua posição no mercado global.
Competitividade internacional: aprendizados e riscos
O agronegócio brasileiro depende fortemente do mercado externo, com exportações que somaram mais de US$ 150 bilhões em 2024. Países como Canadá e União Europeia têm sistemas tributários que preservam a competitividade do setor agrícola, garantindo isenções ou regimes diferenciados para exportadores.
Dado relevante: Segundo o Cepea, aumentos no custo de produção, impulsionados por mudanças tributárias, poderiam reduzir em até 5% a competitividade das exportações brasileiras, prejudicando o superávit comercial do país.
No cenário doméstico, a desoneração de produtos da cesta básica, prevista na reforma, será fundamental para mitigar impactos nos preços ao consumidor final e preservar a demanda interna por alimentos.
O que muda com a reforma tributária?
- Tributação de insumos agrícolas: A aplicação do IVA sobre insumos essenciais pode aumentar os custos de produção. Produtores e agroindústrias precisarão monitorar de perto como as mudanças serão regulamentadas para mitigar impactos financeiros.
- Simplificação fiscal e eficiência: Apesar dos desafios, a reforma traz potencial para reduzir custos administrativos no setor agroindustrial, estimados em até R$ 50 bilhões anuais, segundo o Ministério da Fazenda, caso implementada de forma eficiente.
- Sustentabilidade fiscal: A reforma também pode incentivar práticas sustentáveis no agronegócio, alinhando-se às demandas do mercado global por produtos ambientalmente responsáveis.
Enquanto a reforma traz desafios em termos de custos e adaptação regulatória, ela também abre caminhos para inovação e maior eficiência operacional, elementos essenciais para manter o Brasil como líder no agronegócio global.
Adaptação e oportunidades no agronegócio em 2025
O agronegócio brasileiro demonstrou resiliência durante 2024, mesmo diante de desafios climáticos e econômicos, e está se preparando para um cenário promissor em 2025, com projeções de crescimento e recuperação após desafios enfrentados nos últimos anos.
Crescimento do PIB do Agronegócio: A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta um aumento de até 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio para 2025, impulsionado pelo aumento da produção agrícola, especialmente de grãos, e pela recuperação da agroindústria exportadora.
Produção de Grãos: As estimativas para a safra 2024/2025 indicam uma produção de 322,47 milhões de toneladas de grãos, representando um crescimento de 8,3% em relação à safra anterior.
Esse aumento é atribuído à expansão da área plantada e à melhoria na produtividade, com destaque para culturas como soja, milho, arroz e feijão.
Valor Bruto da Produção (VBP): O VBP agropecuário do Brasil deve crescer cerca de 7% em 2025, totalizando uma receita de R$ 1,43 trilhão. Esse crescimento é esperado após um aumento modesto de 0,3% em 2024, quando o segmento agrícola enfrentou um recuo de 2,5%, compensado por um crescimento de 6,2% na pecuária.
Desafios e Oportunidades: Apesar das perspectivas positivas, o setor ainda enfrentará desafios internos e externos em 2025, como política fiscal, câmbio, inflação e taxa Selic. A valorização do dólar, por exemplo, pode impactar os custos de produção, embora também beneficie as exportações ao minimizar os impactos de preços mais baixos ou estáveis ao longo do ano.
Esses dados atualizados fornecem uma visão abrangente do cenário atual e das projeções para o agronegócio brasileiro, destacando tanto as oportunidades quanto os desafios que o setor enfrentará em 2025.
Esses dados destacam a importância do agronegócio para a economia brasileira e apontam tendências que podem influenciar estratégias futuras no setor.
O agronegócio precisará de planejamento estratégico para enfrentar a transição tributária. Isso inclui:
- Investimentos em tecnologia: Modernizar sistemas contábeis e fiscais para atender às novas exigências.
- Capacitação de equipes: Preparar profissionais para lidar com as mudanças regulatórias e maximizar a recuperação de créditos fiscais.
- Foco na competitividade: Desenvolver estratégias para preservar margens e expandir mercados, mesmo diante de custos operacionais mais altos.
Para onde os profissionais e C-Levels do agronegócio estão mirando em 2025?
Os líderes e profissionais do agronegócio em 2025 estão direcionando suas estratégias para enfrentar as transformações trazidas pela reforma tributária e pelas tendências globais de mercado. O foco está na busca por eficiência operacional, sustentabilidade e inovação tecnológica. Estes pilares se tornam fundamentais para manter a competitividade em um setor que representa mais de 20% do PIB nacional e que desempenha um papel crucial no mercado internacional.
O que os profissionais do agronegócio precisam saber?
1. Impacto da reforma tributária na rentabilidade
A implementação do IVA dual trará mudanças diretas na forma como insumos agrícolas, exportações e operações financeiras são tributados. Profissionais do setor precisam entender:
- Mudanças na carga tributária: Possíveis aumentos nos custos operacionais com a inclusão de insumos agrícolas no IVA.
- Isenções e benefícios fiscais: Identificar produtos e operações que continuarão desonerados para preservar margens de lucro.
- Compliance fiscal: Atualizar sistemas e processos para garantir a conformidade com as novas regras.
Exemplo internacional: Em países como o Canadá, regimes fiscais diferenciados para insumos agrícolas ajudaram a preservar a competitividade do setor mesmo após reformas semelhantes.
2. Sustentabilidade como diferencial competitivo
A demanda global por produtos agrícolas sustentáveis está crescendo. Instituições financeiras e consumidores internacionais privilegiam operações alinhadas a critérios ESG (ambiental, social e governança).
- Certificações verdes: Investir em práticas agrícolas sustentáveis para acessar mercados premium e fundos ESG.
- Transparência nas cadeias de produção: Utilizar tecnologias para rastrear a origem dos produtos, fortalecendo a confiança do consumidor.
Dado relevante: Segundo a Bloomberg, ativos sustentáveis devem ultrapassar US$ 50 trilhões até 2025, representando uma grande oportunidade de captação para empresas do agronegócio.
3. Digitalização e modernização tecnológica
A transformação digital está redefinindo o agronegócio. Tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e blockchain estão sendo integradas às operações para melhorar eficiência e rastreabilidade.
- Automação da produção: Equipamentos e softwares que otimizam o uso de insumos e monitoram a produtividade em tempo real.
- Gestão tributária digital: Plataformas que simplificam o cálculo do IVA e a recuperação de créditos fiscais.
- Blockchain na exportação: Uso da tecnologia para garantir transparência e segurança no comércio internacional.
Para onde os profissionais do setor devem mirar em 2025:
1. Preservação da competitividade global: Com exportações de mais de US$ 150 bilhões em 2024, o agronegócio brasileiro é altamente dependente do mercado externo. Qualquer aumento de custo interno pode prejudicar essa posição.
Mercadologicamente: Profissionais precisam focar em otimizar custos e investir em certificações que agreguem valor ao produto final, especialmente nos mercados de soja, carnes e café.
2. Expansão para novos mercados: A Ásia continua sendo o maior destino das exportações agrícolas brasileiras, mas mercados alternativos, como Oriente Médio e África, estão se expandindo.
Oportunidade: Desenvolver estratégias de diversificação geográfica para minimizar riscos e aproveitar mercados em crescimento.
3. Adaptação a tendências de consumo: Os consumidores internacionais estão cada vez mais exigentes em relação a produtos orgânicos e sustentáveis.
Estratégia mercadológica: Investir em produtos de alto valor agregado que atendam a essas demandas, criando diferenciais competitivos.
Como a CBRdoc pode apoiar o agronegócio
A CBRdoc oferece soluções integradas para ajudar o setor agrícola a se adaptar à reforma tributária:
- Automatização fiscal: Simplifique cálculos e reduza custos com ferramentas digitais.
- Análise documental avançada: Minimize riscos de inconsistências fiscais com tecnologias de última geração.
- Gestão de compliance: Mantenha conformidade com as novas regras tributárias e garanta eficiência operacional.
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